A polícia de Rio Claro prendeu um dos homens suspeitos de ter assassinado o vereador Evaldo José Nalim, há 18 dias, em Analândia, região Central do Estado de São Paulo.
O homem de 26 anos, cuja identidade não foi divulgada, está preso em Itirapina por porte ilegal de arma. Com ele, a polícia encontrou dois revólveres calibre 38 cano longo, sendo um cromado. As características são, segundo a polícia, parecidas com a descrição feita pela viúva do vereador, que presenciou o crime.
A polícia chegou até o suspeito porque o nome dele estava uma lista de contatos apreendida com traficantes, durante uma operação de combate às drogas. Na casa do rapaz, no Jardim Guanabara, os policiais encontraram as armas.
O delegado da seccional de Rio Claro, Roberto José Daher, espera o resultado da perícia para saber se as balas que mataram o vereador saíram das armas. Se for comprovado, o suspeito será indiciado pelo crime.
Nalin, que também era escrivão de polícia, foi morto com sete tiros na noite do dia 9 de outubro em sua casa no Centro de Analândia. Ele também vinha recebendo ameaças. Em um áudio gravado durante uma sessão da Câmara, o vereador diz que uma delas foi feita pelo ex-prefeito da cidade e atual chefe de gabinete, José Roberto Perin.
Na gravação, ele acusa Perin de persegui-lo. “Está me ameaçando. Tendo em vista as perseguições que ele está fazendo com relação a minha pessoa, tentando me transferir de Analândia”, dizia um trecho. Perin negou todas as acusações.
Nalin tinha um pedido de transferência feito pela prefeitura ao delegado seccional de Rio Claro. O vereador, que estava no primeiro mandato, questionou a prestação de contas da prefeitura, em 2008. Ele pedia à Presidência da Câmara que as contas passassem por auditoria, além de investigar outros indícios de irregularidades.
O prefeito Luizinho Garbuio alega que só fez o pedido por causa de reclamações de alguns moradores. “A população me procurou dizendo que estava sendo mal atendida na delegacia por ele. Eu pedi a transferência e não fiz nada escondido”, disse.
Investigação
No dia 13 de outubro, a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o assassinato. Ao todo, 10 testemunhas já foram ouvidas. A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito, mas, se o delegado achar necessário, o prazo pode ser prorrogado. “Tudo leva a crer que o fato dele ser policial não interferiu no cometimento do crime. Foi de ordem política ou pessoal”, explicou o delegado que investiga o caso, Roberto Daher.
Mais ameaças
O vereador João Sodeli assumiu a presidência da Câmara Municipal de Analândia, na noite de terça-feira (27), após o vereador Leandro Santárpio renunciar aos cargos por estar sofrendo ameaças.
Na segunda-feira (18), uma bomba caseira explodiu perto da sala onde ele trabalhava na Casa da Agricultura. Além das ameças, Santárpio disse que a renuncia foi motivada por perseguição política e também por pressão da família, que temia por sua segurança. Quando foi reeleito, ele era da base do atual governo, mas nos últimos meses estava atuando com a oposição.
O vereador Rodrigo Balerini disse que também está sofrendo ameaças. Na segunda-feira (25), ele recebeu um telefonema anônimo dizendo que estava em uma lista negra. “Já venho sofrendo ameaças há algum tempo, eu espero a participação efetiva da polícia. Analândia está um caos, não consigo mais viver tranquilo”, disse.
Balerini gravou a ligação que recebeu no telefone celular: - “Fiquei sabendo que muita coisa ruim vai acontecer por aí. Tô sabendo que existe uma lista negra. Eu só queria te dizer que você precisa tomar cuidado, né? Você é o próximo da lista”.
A polícia não descarta uma possível ligação entre o assassinato do vereador e as ameaças sofridas pelos outros.
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